sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Conto de Fadas? Não me parece

Eu não sou o tipo de garota que interrompe rudemente um casamento, mas tu não és o tipo de garoto que se casaria com a garota errada.
Eu entro e vejo a tua família e a família mal-humorada dela, os teus amigos e as amigas dela. Cá de fora, ouve-se ela a gritar com as damas de honor, talvez numa pequena salinha lá a trás, usando um bonito vestido branco, onde com ele até parece boa pessoa…. O órgão começa a tocar, mas mais soa a marcha fúnebre, talvez alguém tenha trocado o livrinho da pauta, sabes numa de brincadeira, mas juro, juro que não fui eu.
Estou do lado de fora da porta, no fui convidada, parece que a tua querida noiva não gosta muito de mim. Daqui consigo ouvir o padre a dizer: “Fale agora ou cale-se para sempre”, é a minha última oportunidade, há muito silêncio, apareço na entrada da igreja, todos me olham, até tu, ficaste parado a olhar para mim enquanto todos te dizem ‘diz o teu sim’, enquanto a tua noiva me lança um olhar furioso e te puxa pelo braço, pois desceste um degrau, mas subitamente parece que te arrependeste. Não suporto aqueles olhares todos e começo a correr dali para fora, ainda consigo ouvir a tua noiva dizer ‘Pode continuar’. Já estou longe, paro e sento-me à beira de uma estrada que não sei sequer onde vai dar. Garota estúpida, devia ter tido coragem para falar, ter-te ia dito “Não digas “sim”. Foge agora. Havemos de nos encontrar lá fora, talvez na porta das traseiras desta igreja”, mas não tive coragem para o dizer e agora estás preste a casar com ela.
Levanto-me. Regresso para casa, tenho que passar pela igreja. Espero que já tenha acabado. Mas não, quando estou a chegar, vejo todos na rua. A tua noiva está a entrar para o carro, está desolada, quando me vê parece que fica furiosa, outra vez, e então tu apareces atrás de mim e dizes: “Vamos fugir agora' Eu vou encontrar-te com meu smoking na porta das traseiras. Baby, ainda bem que estavas por perto quando eles disseram 'diz o teu sim'.”

Isto era o que eu chamaria final feliz. Mas não vivo num conto de fadas, e as coisas não são assim.

Agora tens muito cuidado e eu sei porquê, porque a última vez que me viste ainda está marcada na tua memória. Tu deste-me rosas, e eu deixei que elas murchassem.
Acontece que a liberdade não passa das saudades que tenho de ti. Querias que eu tivesse percebido o que tinha quando tu eras meu. Eu voltaria atrás, mudaria de ideias e faria tudo certo. Estou aqui a engolir o meu orgulho, na tua frente, a pedir-te desculpas por aquela última noite.
Não tenho dormido ultimamente, fico acordada a recordar a maneira como fui embora. Quando o teu aniversário passou, e eu não te liguei. Penso no verão, todas as horas bonitas. E eu percebi que te amava no Outono, depois veio o frio com os dias escuros. Quando o medo se arrastou dentro de mim, tu deste-me todo o teu amor. E tudo o que eu te dei foi um Adeus.
Sinto falta da tua pele bronzeada e do teu doce sorriso, tão bons para mim, tão certos. E como tu me seguraste nos teus braços, naquela noite de Setembro, a primeira vez que me viste chorar. Talvez isso seja um pensamento positivo, provavelmente nos meus sonhos sem fundamento. Se nós nos amássemos novamente eu juro que te amaria da maneira correcta.
Tu mostraste-me algo que eu não podia ver, abriste os meus olhos e fizeste-me acreditar.

Baby, mostraste-me o que é querer viver.
E se estás a sentir a minha falta, é melhor guardares isso para ti.
Porque voltares para aqui, seria mau para ambos.

Eu acabei de me dar conta de que tudo que tenho um dia irá embora, oh, eu não quero crescer, desejo voltar a ficar pequena, onde tudo era tão simples.

Por. Dakota Hale

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